Dark_Clone Admin
Mensagens : 168 Data de inscrição : 10/10/2009
Ficha do personagem Warning: (100/100)
| Assunto: [Analise] Darksiders Sáb Jan 30, 2010 2:03 am | |
| | Desde o momento em que Darksiders chegou à redacção as reacções foram mistas: ora era cópia de God of War, ora parecia bom, ora não era nada de especial. No entanto, desde que foi anunciado e que as imagens do jogo começaram a inundar a internet, houve sempre qualquer coisa que me aliciou no recente título da Vigil Games.
A história era cativante, a artwork era boa, o Mayhem Trailer não ficava atrás e, no geral, o protagonista da história parecia um badass cheio de estilo, com uma personalidade a condizer e um visual que mais parecia o de Arthas mascarado de Capuchinho Vermelho.
" The law is clear. When the Seventh Seal is broken, four hoursemen shall ride forth to punish the wicked, be they the Sons of Men, Lords of Heaven or the Dregs of Hell." A história de Darksiders centra-se nos Quatro Cavaleiros do Apocalipse (Four Horsemen of the Apocalypse), personagens bíblicas que têm como dever assegurar que a batalha final do Armagedão (Armageddon) decorre sem problemas, se é que tal expressão pode ser utilizada neste caso.
Basicamente, esta batalha opõe as forças do Reino dos Céus (Kingdom of Heaven) e as do Reino do Inferno (Kingdom of Hell), tendo como palco a Terra, o Reino do Homem (Kingdom of Men). Os Quatro Cavaleiros - Guerra (War), Conquista (Conquest), Fome (Famine) e Morte (Death) - não têm filiação a nenhum dos reinos; a sua única missão é manter a ordem e o balanço entre os dois grandes rivais.
No início de Darksiders ficamos a saber que a guerra constante entre o Céu e o Inferno já existia muito antes da formação da Terra e, para preservar a ordem, o The Charred Council envia os seus fiéis guerreiros, os Quatro Cavaleiros, para forçar uma trégua entre os dois reinos. Muito tempo havia passado desde este cessar-fogo quando foi formado o terceiro reino, o Reino do Homem, o qual viria a desempenhar um papel fundamental na batalha. Supostamente, a guerra final começaria, assim, com o quebrar dos Sete Selos Sagrados, assim que a humanidade estivesse pronta.
" You have defied the law, Horseman. You will be punished." Em Darksiders, o jogador calçará os sapatos de War, um dos Four Horsemen, o qual é enviado para a terra de forma a manter a dita ordem. No entanto, ao encontrar Abaddon, o big boss do exército celestial, o protagonista descobre que os seus companheiros de irmandade não foram convocados e que, ao que parece, o Sétimo Selo não foi quebrado. Isto coloca War em maus lençóis perante o The Charred Council, que o acusa de ter começado a batalha final prematuramente. Para descobrir quem esteve verdadeiramente por detrás dos acontecimentos, o cavaleiro propõe voltar à terra e impor a verdade e a justiça.
No entanto, War já não é merecedor da confiança que lhe era depositada e, por ordem do Conselho, deverá ser acompanhado pelo The Watcher, uma entidade que tem o poder de "amansar" War e até de o matar, se considerar que este está a "pisar a linha".
"Then another horse came out, a fiery red one. Its rider was given power to take peace from the Earth and to make men slay each other. To him was given a huge sword."
Mas vamos ao que interessa. Darksiders é um típico jogo de acção linear slash 'em up, onde o jogador se vê, muitas vezes, rodeado de vários inimigos ao mesmo tempo. Para lhes fazer frente e progredir no jogo, teremos à nossa disposição um arsenal variado.
War é a típica personagem "mata-tudo" que só pára quando quer. Equipado com uma armadura negra e uma capa vermelha, a sua arma principal é a Chaoseater, uma espada enorme que usa para arrefifar em tudo o que mexe. Para além da sua fiel companheira, o jogador poderá ainda adquirir outras duas armas: uma gadanha (scythe) e uma luva (gauntlet), ambas com um poder de destruição massivo. Como não poderia deixar de ser, cada uma delas tem vários movimentos e combinações de botões, o que origina golpes poderosos e visualmente engraçados. Para além disso, existe ainda um Shuriken do tamanho de uma roda de um tractor agrícola - a ranged weapon do jogo - que pode atingir vários inimigos ao mesmo tempo à moda de Xena, a Princesa Guerreira.
Dependendo do uso que se faz das armas, War irá ganhar mais habilidade a manejá-las, o que resulta em mais dano. Para além deste nível de perícia, a espada, a gadanha ou a luva podem ainda ser melhoradas manualmente, através da associação com vários itens que vamos encontrando pelo caminho. Estes boosts podem aumentar o dano ou fortalecer a armadura, entre outras coisas.
Mas as armas não são a única coisa que poderemos melhorar. Quando começamos a aventura, War vem apenas com alguns ataques desbloqueados, e mesmo esses vêm no nível inicial. À medida que avançamos, teremos de comprar mais poderes e ataques, assim como fazer o upgrade àqueles que já temos.
Mas como é que se faz esse upgrade, perguntarão vocês? À boa velha maneira: há um "fornecedor de serviços" no jogo. Em Darksiders, esse sujeito é Vulgrim, um demónio que é o nosso melhor amigo... enquanto lhe pagarmos. É claro que um demónio não tem o mínimo interesse no tradicional sistema monetário dos humanos, preferindo que lhe paguem em almas.
Existem três tipos de almas, no jogo. As azuis são as almas de troca, aquelas que usaremos para negociar com Vulgrim; as verdes são as almas da vida, que nos regenerarão o HP à medida que o perdermos em combate; as amarelas servirão para regenerar Wrath, a essência dos ataques mais fortes de War, que lhe permite realizar movimentos especiais.
"The Dark Rider was the embodiment of War and his horse was Ruin."
Darksiders não é sempre igual, embora consista sempre no mesmo: aniquilar aqueles que se atravessem à nossa frente com o objectivo de nos travar. É na maneira como o fazemos que o jogo, por vezes, alterna. Para além das quatro armas principais, o jogador poderá pegar em vários objectos do cenário (quando se diz objectos quer dizer-se, no fundo, carros e objectos de grande porte) e usá-los para espancar os inimigos. Não só isso, como também existem várias sequências onde o estilo de jogo tradicional muda. Poderemos ser levados pelo ar, parte onde teremos de matar inimigos voadores com uma espécie de canhão (à semelhança de Panzer Dragoon), ou, mais à frente, montar no nosso próprio cavalo, Ruína (Ruin), onde poderemos fazer uso de um revólver especial.
Em termos visuais, esqueçam os gráficos de última geração. Darksiders faz uso de um estilo meio cartoonesco, quase ao estilo de World of Warcraft. Contudo, aqueles que gostam deste tipo de desenho não vão ficar desapontados. As personagens, os equipamentos e os inimigos encaixam perfeitamente no nosso imaginário fantasioso de desenhos animados. As cores são vivas e variadas, e raro é o momento em que o jogo nos faz esquecer isso. Ainda assim, os movimentos de War merecem destaque, especialmente a câmara lenta repentina dos finishing moves que emprega contra alguns adversários.
"You are as wise as you are powerful."
Um dos melhores aspectos do jogo é o campo do áudio. A música está boa, mas não é algo que fique na memória. No entanto, as vozes e os diálogos estão muito bem conseguidos, e encaixam que nem uma luva em cada personagem. Se War tem uma voz mais pesada e falas mais sérias, Vulgrim ou The Watcher são duas das personagens mais carismáticas do jogo, dotadas de um discurso irónico e quase sarcástico. Há a destacar, especialmente, o trabalho feito por Mark Hamill (Luke Skywalker, para os fãs de Star Wars) para esta segunda.
O jogo não está isento de problemas. A câmara pode irritar, por vezes, mas pode ser rodada a gosto. Por outro lado, houve também um momento onde um dos inimigos ficou "congelado" no cenário, o que foi motivo de risota na redacção. Estas situações poderiam ter sido evitadas, mas no geral não existem problemas que atrapalhem a progressão no jogo.
Em jeito de conclusão, Darksiders é bom o suficiente, embora seja alvo de opiniões diferentes. As semelhanças a God of War, Devil May Cry, Onimusha e até a Panzer Dragoon são óbvias, e muitos são aqueles que não o conseguem perdoar por isso. Ainda assim, o jogo conta com aquilo que me parece ser o mais importante: uma história "pesada" e já existente adaptada para videojogo de uma forma leve, divertida e altamente viciante, com personagens caricatas e que rapidamente nos envolvem no seu universo.
Não quero que fechem esta janela com uma ideia errada. Darksiders não é inovador, mas dentro de um género que ficou marcado por Dante ou Kratos, que melhor maneira haverá de nos prepararmos para o próximo episódio do Deus da Guerra do que com a Guerra em pessoa?
|